Você conhece a Malassezia ? Saiba como prevenir e tratar !
A Malassezia, um gênero de fungo, é frequentemente encontrada com um organismo na pele, canais auditivos, nariz, superfícies orais, superfícies perianais, sacos anais e vagina de cães e gatos, tendo também sido identificada na epiderme de filhotes de somente três dias de idade. Contudo, ela também pode estar envolvida com doenças dermatológicas. As manifestações clínicas mais comuns incluem hiperpigmentação, seborreia oleosa, eritema e diversos graus de prurido.
A espécie mais comum de levedura isolada no cão é a Malassezia pachydermatis (também conhecida como Pityrosporum canis, Pityrosporum pachydermatis e Malassezia canis). Esse organismo não micelial é uma levedura não dependente de lipídio, lipofílica, saprofítica que se reproduz assexuadamente por gemulação simpodial ou monopolar.
A Malassezia pachydermatis possui uma diversidade genética significativa. Sete cepas (1a à 1g) do organismo foram identificadas; a cepa tipo 1a foi a de maior prevalência e encontrada em todas as espécies de hospedeiros, ao passo que o tipo 1d foi encontrado somente em cães. Nenhuma das cepas foi especificamente associada a peles saudáveis ou lesionadas até este momento, e é possível que mais de uma cepa colonize um único hospedeiro.
Principais pontos:
* A Malassezia pachydermatis é uma causa comum de prurido, dermatite e otite em cães.
* Os sinais clínicos são resultado da liberação de fatores de virulência dos organismos de Malassezia e da resultante cascata inflamatória na pele;
* Os sinais clínicos típicos incluem prurido, eritema, descamação, exsudação serosa e liquenificação.
* O exame citológico é o método mais benéfico e prático para diagnosticar dermatite por Malassezia;
* O tratamento deve ter foco na resolução da causa subjacente da dermatite por Malassezia. A terapia tópica é a base tanto do tratamento como do controle, ao passo que é possível a adoção de terapia sistêmica em casos graves ou refratários.
Tratamento
A terapia para dermatite e/ou otite por Malassezia deve ser administrada de forma individualizada, conforme a gravidade do paciente e os sinais clínicos, quaisquer doenças concomitantes, adesão do tutor e outros fatores variáveis. A maioria das terapias para levedura tem como alvo componentes da parede celular do organismo. Até o momento, os mecanismos de resistência à terapia não foram caracterizados para a M. pachydermatis.
Prevenção
A recidiva é comum em pacientes com dermatite por Malassezia, se a causa subjacente não for bem controlada. Alguns pacientes podem precisar de manutenção semanal ou quinzenal com Shampoos/condicionadores tópicos.
Regimes de terapia de pulso utilizando antifúngicos orais devem ser adotados somente se absolutamente necessário, devido aos potenciais efeitos colaterais. Acima de tudo, a causa subjacente da dermatite por Malassezia recorrente deve ser diagnosticada e tratada adequadamente. Se houver suspeita de alergia, deve-se adotar um controle rígido de pulgas e/ou uma dieta experimental com uma proteína nova ou hidrolisada para descartar alergia a pulgas e/ou a alimentos, respectivamente. Já os pacientes com dermatite atópica devem ser controlados através de hipossensibilização ou terapia medicamentosa.
Distúrbios de queratinização subjacentes, endocrinopatias e neoplasias devem ser tratados conforme a doença exigir. Para pacientes com dobras significativas na pele, pode haver necessidade de reparação cirúrgica para o conforto do paciente e para prevenir infecção.